"(...)todo amanhã se cria num ontem, através de um hoje(...). Temos de saber o que fomos para saber o que seremos?" - Paulo Freire.
As palavras do velho mestre , Paulo Freire, acima escritas, traduzem a necessidade de identificação do sujeito em sua história. A análise da organização classista militar, apesar de incipiente, demonstra o brotar de novas mentalidades e visões, em que o indivíduo, seja ele civil ou militar, é o agente construtor de sua história. Desta forma é evidente que a auto afirmação dos militares enquanto " categoria profissional" lançou bases para rupturas de paradigmas, bem como rascunhou novas linhas na história.
Neste sentido, entendemos que as lutas e mobilizações travadas, ao longo dos últimos anos nos remetem a necessária avaliação deste primeiro ano de gestão do governador Flávio Dino, para que possamos lançar nos solos de 2016 as sementes da esperança em novas vitórias e conquistas dos policiais e bombeiros militares.
É inegável que a transição entre os agentes políticos no estado trouxe consigo grandes expectativas e esperanças quanto a valorização e resgate de dignidade dos servidores militares, há muito desprestigiados. A promessa de diálogos com as bases e de defesa dos profissionais de segurança entusiasmaram toda a comunidade militar, contudo a transcorrer dos dias e meses afloraram entre nossos profissionais o sentido de frustração e desesperança. Seria mais do mesmo ou o discurso esbarrou na prática conservador?
Fato é que as promessas de campanhas, ainda estão no papel e bandeiras de luta da categoria militar, hasteadas e defendidas outrora, carecem entrar na práxis das ações governamentais. Temas como código de ética, insalubridade, adicionais noturno e periculosidade e LOB (PMMA) continuam avivados no bojo dos debates e precisam serem norteados pelo governo.
Com relação a realidade interna das corporações militares, bombeiros e policiais, vivem certo antagonismo em relação ao sentimento de respeito e valorização, enquanto os primeiros sentem-se amparados e defendidos pelos seus interesses profissionais, havendo diálogo entre seus membros, os últimos ecoam entre seus pares e superiores a certeza do desamparo e do desrespeito à dignidade humana.
Na contramão do mote dos diálogos como uma necessidade da construção de uma nova realidade observamos que a postura exercida pela cúpula da PMMA, motivada, talvez, por uma deturpação conceitual sobre hierarquia e disciplina, julgam desnecessários o debate e as trocas de ideias na construção de um novo amanhecer para a briosa Polícia Militar. Na verdade o comando não pode julgar as pautas de reivindicações e as causas que visam melhorar a carreira das praças como sendo um fato de insubordinação ou afronta ao pundonor militar, tão pouco pode julgar as ocorrências, de forma sumária, sem nenhuma elucubração, a exemplo dos casos de Vitória do Mearim e Vila luisão, no qual os profissionais tiveram seus nomes e imagens execradas e condenados publicamente pelo comando e representantes do governo e que, infelizmente, mesmo após a notória inocência da culpa, não obtiveram da parte de quem que fosse uma retratação.
Nós Militares queremos apenas que o acordo seja cumprido na integra, esperamos que este ano de 2016 possa ser um ano em que realmente aconteça a tão sonhada valorização profissional aos militares. Esperamos que em 2016 o profissional militar seja reconhecido e respeitado.
Aos Militares, policiais e bombeiros, as Associações Unidas deseja um ano repleto de fé, saúde, paz, prosperidade, conquistas, realizações e claro, muita luta, pois só a luta pode mudar a vida de cada um de nós!
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