"Os sons da
corneta acoplados aos soluços de um choro incontido anunciavam mais um adeus, e
nem mesmo o forte sol foi capaz de deter as lágrimas que caíam de familiares,
amigos, irmãos policiais e pessoas desconhecidas. O Salve de tiros ecoava furando o silêncio
de entorpecer. Era dia, mas o pesadelo de ver mais um irmão tombado, parecia
uma noite de sonhos alucinantes".
A corporação
Policial Militar do Estado do Maranhão fez mais um cortejo fúnebre. O Sd Pm Caldas, que ingressou na
instituição no ano de 2015, tombou durante o exercício da função na cidade de Tufilândia na ultima sexta
feira, dia 17 de junho, e foi enterrado hoje, dia 19 às 10:00 horas, no cemitério Jardim
da Paz.
O Sd Caldas
/2015, assim como muitos policiais que trabalham nas cidades do interior do
estado, tinha uma rotina desgastante. O policial morava em São Luís, porém
pertencia ao 7° Batalhão Policial Militar que fica localizado na cidade de
Pindaré e trabalhava num destacamento policial militar (DPM) situado em Tufilândia.
A grande
questão é que nessas cidades onde existem destacamentos, o policial trabalha em
carga horária exacerbada (24/24, neste caso em especial) e com um efetivo (se é
que podemos chamar de efetivo) de dois ou três policiais. Isso mesmo, parece
conto de fadas ou história em quadrinhos, mas é a realidade da Polícia Militar
do Estado do Maranhão.
A cidade de Tufilândia contém 5.716 habitantes, segundo o IBGE, o que
necessitaria no mínimo de 25 policiais no destacamento para garantir a
segurança dos policiais, e por conseguinte, a segurança da população.
Porém, a real situação é outra. O destacamento além de não possuir um
número de policiais adequado para fazer a preservação e/ou manutenção da
ordem pública, também não possui viatura.
Infelizmente,
isso é um fato rotineiro pelo Maranhão afora. Policiais que trabalham nas regiões
interioranas, principalmente nos destacamentos militares, sobrevivem em
condições precárias, insalubres, sem efetivo suficiente para fazer a segurança
dos próprios policiais, que dirá fazer a manutenção e/ou preservação da ordem
pública para proteger a sociedade - não há estrutura de pessoal e nem física.
A categoria
policial militar já havia relatado as questões dos DPM’s, inclusive, há uma Lei
de Organização Básica proposta pelas praças que determina que cada destacamento
possua no mínimo 25 policiais. Os representantes da categoria, inúmeras vezes,
mostraram a real preocupação com a segurança dos militares que se encontram
nessa situação deplorável.
Uma Bela frase resumiu o
sentimento da categoria policial militar: “Homenagem para quem morreu em
combate é fácil para eles, difícil é valorizar quem está vivo e dar melhores
condições de trabalho”, disse um militar.
A nós,
policiais militares, desejamos que o futuro exalte este herói feito de glória.
NOTA DAS ASSOCIAÇÕES UNIDAS
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