domingo, 19 de junho de 2016


"Os sons da corneta acoplados aos soluços de um choro incontido anunciavam mais um adeus, e nem mesmo o forte sol foi capaz de deter as lágrimas que caíam de familiares, amigos, irmãos policiais e pessoas desconhecidas.  O Salve de tiros ecoava furando o silêncio de entorpecer. Era dia, mas o pesadelo de ver mais um irmão tombado, parecia uma noite de sonhos alucinantes".


A corporação Policial Militar do Estado do Maranhão fez mais um cortejo fúnebre. O Sd Pm Caldas, que ingressou na instituição no ano de 2015, tombou durante o exercício da função na cidade de Tufilândia na ultima sexta feira, dia 17 de junho, e foi enterrado hoje, dia 19 às 10:00 horas, no cemitério Jardim da Paz.

 O Sd Caldas /2015, assim como muitos policiais que trabalham nas cidades do interior do estado, tinha uma rotina desgastante. O policial morava em São Luís, porém pertencia ao 7° Batalhão Policial Militar que fica localizado na cidade de Pindaré e trabalhava num destacamento policial militar (DPM) situado em Tufilândia.


A grande questão é que nessas cidades onde existem destacamentos, o policial trabalha em carga horária exacerbada (24/24, neste caso em especial) e com um efetivo (se é que podemos chamar de efetivo) de dois ou três policiais. Isso mesmo, parece conto de fadas ou história em quadrinhos, mas é a realidade da Polícia Militar do Estado do Maranhão.

          A cidade de Tufilândia contém 5.716 habitantes, segundo o IBGE, o que necessitaria no mínimo de 25 policiais no destacamento para garantir a segurança dos policiais, e por conseguinte, a segurança da população. Porém, a real situação é outra. O destacamento além de não possuir um número de policiais adequado para fazer a preservação e/ou manutenção da ordem pública, também não possui viatura.


Infelizmente, isso é um fato rotineiro pelo Maranhão afora. Policiais que trabalham nas regiões interioranas, principalmente nos destacamentos militares, sobrevivem em condições precárias, insalubres, sem efetivo suficiente para fazer a segurança dos próprios policiais, que dirá fazer a manutenção e/ou preservação da ordem pública para proteger a sociedade - não há estrutura de pessoal e nem física.


A categoria policial militar já havia relatado as questões dos DPM’s, inclusive, há uma Lei de Organização Básica proposta pelas praças que determina que cada destacamento possua no mínimo 25 policiais. Os representantes da categoria, inúmeras vezes, mostraram a real preocupação com a segurança dos militares que se encontram nessa situação deplorável.


        Uma Bela frase resumiu o sentimento da categoria policial militar: “Homenagem para quem morreu em combate é fácil para eles, difícil é valorizar quem está vivo e dar melhores condições de trabalho”, disse um militar.


A nós, policiais militares, desejamos que o futuro exalte este herói feito de glória.



 NOTA DAS ASSOCIAÇÕES UNIDAS

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