O debate sobre a segurança pública é a tendência do
momento. Nos mais variados meios de comunicação – jornais televisivos,
escritos, redes sociais, etc. – o assunto ganhou evidência, não só no nosso
Estado, como também em todo o país. Parece que a sociedade está entendendo que
o sistema de segurança atual está fracassando no combate ao crime.
Não é por menos. Apenas na capital maranhense
morreram três policiais militares em 28 dias. No dia 30/04/2015, o Sgt PM
Castelo Branco foi assassinado quando tentou evitar um assalto na região do
Parque Vitória. Pouco mais de duas semanas depois, na madrugada do dia 17/05/2015,
o Tenente Ramos foi morto por bandidos em um estacionamento na Praça do
Maranhão Novo. Na noite do último sábado, dia 23/05/2015, a segurança pública
sofreu mais um duro golpe: a chacina de Panaquatira, onde o soldado Max Miller
foi surpreendido por uma quadrilha que agia há muito tempo no local e se
intitulava de “os piratas de Panaquatira”.
Todas as mortes citadas foram por ocasião de ações ou
acontecimentos fora do expediente normal de trabalho. Segundo o Anuário
de Segurança Pública, 75,3% das mortes de policiais no ano de 2013 ocorreram
fora do serviço. Esses dados demonstram que os atos de heroísmo dos defensores
da lei são o principal motivo de suas mortes. O que os policiais recebem em
troca?
Diante destes afrontamentos à lei e à ordem, o
sistema de segurança pública, por meio do Secretário de Segurança Jeferson
Portela, tomou uma atitude: culpar o próprio policial pela sua morte em ação.
Não é o caso de rever o treinamento que é dado aos policiais, nem de serem
revistos os manuais de ação (se é que existem), não é culpa da criminalidade crescente
nem do aumento da violência com que os crimes são cometidos, para o Estado, o
que aconteceu em Panaquatira foi culpa da reação do policial. É o que se
interpreta da entrevista
dada ao G1 pelo Secretário.
Em respeito aos leitores, não diremos tudo o que queremos
sobre o posicionamento do Secretário. Apenas expressaremos que apontar o dedo para uma
pessoa brutalmente assassinada não é ético, nem moral. É inoportuno, indecente
e irresponsável. Essa é a nossa opinião e não mudaremos por conta de abertura
de inquérito ou sindicância, nem por perseguições que possam iniciar-se tal
qual aconteceu com o companheiro de luta Ebnilson.
Como se não bastasse o posicionamento do Governo do
Estado do Maranhão sobre os acontecimentos, no blog do Gilberto Léda foi
publicada a matéria “Pms
devem ser obrigados a andar desarmados em dias de folga” onde cogita-se a
possibilidade de desarmar os policiais militares. Sabemos que Léda,
tradicionalmente, coloca lenha na fogueira contra o atual governo, contudo,
neste caso, estamos de olho em uma possível ordem de desarmamento da PM e
faremos tudo ao nosso alcance para evitar esta insanidade.
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